Mercados de energias renováveis, energia limpa e o papel das agências reguladoras: esses serão os temas debatidos entre especialistas no Fórum Energia e Sustentabilidade, promovido pela Fundação Vanzolini no dia 31 de março de 2022, data em que a instituição celebra seus 55 anos de existência.
Diretor de Energia Elétrica da EPE e professor doutor da POLI-USP
Professor do Departamento de Engenharia de Produção da Escola Politécnica da USP (POLI-USP), Erik Rego é formado em Engenharia de Produção pela Escola Politécnica e possui bacharelado em Ciências Econômicas pela Faculdade de Economia e Administração da USP (FEA-USP). Também tem mestrado e doutorado em Economia da Energia pelo Instituto de Energia e Ambiente (IEE-USP). Foi pesquisador visitante na Universidade de Illinois, Estados Unidos, e possui especialização em derivativos pela BM&F. Rego foi diretor da Excelência Energética Consultoria, professor do Departamento de Economia da FEA-USP, professor de economia da ESEG, professor da Fundação Vanzolini, vice-coordenador do Curso de Especialização em Administração Industrial (pós-graduação lato sensu) das USP e Presidente do Comitê de Energia da AMCHAM.
Com experiência em banco de investimento e empresa de consultoria, atua há aproximadamente 15 anos no setor de Energia Elétrica.
Empresário, fundador e presidente do Grupo Cosan
Rubens Ometto Silveira Mello, graduado em Engenharia Mecânica de Produção pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, é presidente dos Conselhos de Administração da Cosan, Raízen, Compass Gás e Energia, Comgás e Rumo, além de acionista controlador das empresas. O empresário possui mais de 40 anos de experiência na gestão de grandes empresas, nas áreas administrativa e financeira.
Um dos empresários mais atuantes no setor do agronegócio, é um dos fundadores da UNICA – Associação Brasileira da Indústria de Cana – e, desde 2015, membro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI).
Presidente da Eletronuclear e membro do Grupo Permanente de Assessoria do Diretor-Geral da AIEA
Leonam Guimarães é diretor presidente da Eletronuclear, ex-coordenador do Programa de Propulsão Nuclear da Marinha do Brasil, professor de Gestão da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP) e de Engenharia da POLI-USP, diretor-técnico e Comercial da Amazônia Azul Tecnologias de Defesa SA (AMAZUL) e Diretor de Planejamento, Gestão e Meio Ambiente, além de Diretor Técnico da Eletronuclear.
Guimarães possui cerca de 30 anos de experiência em pesquisa, desenvolvimento, engenharia, aquisição e construção de sistemas navais e nucleares. Além disso, é membro do Conselho da Associação Nuclear Mundial (WNA), membro do Grupo Consultivo Permanente da AIEA sobre Energia Nuclear (SAGNE) e do Grupo Internacional de Especialistas em Responsabilidade Nuclear (INLEX), ex-presidente da Seção Latino-Americana – American Nuclear Society e autor de vários livros e artigos sobre engenharia, gestão e política nuclear.
Professor doutor de Economia da FGV-SP, nas Escolas de Administração e de Direito
Arthur Barrionuevo é professor de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP), nas Escolas de Administração e de Direito. Foi Presidente do Conselho de Administração da FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos), instituição financeira dedicada ao financiamento de P&D das empresas brasileiras e atuou como secretário de Desenvolvimento Tecnológico do Ministério da Ciência e Tecnologia, no qual foi responsável por políticas públicas de apoio à inovação empresarial.
Na área de defesa da concorrência, serviu como conselheiro do CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), a autoridade antitruste brasileira. Atua como consultor em políticas de concorrência e questões regulatórias. Barrionuevo também tem diversos artigos publicados em jornais sobre questões como a concorrência e políticas de concorrência e regulação.
A Fundação Vanzolini é uma organização sem fins lucrativos criada e gerenciada por professores do Departamento de Engenharia de Produção da Escola Politécnica/USP, para melhorar a efetividade do processo de desenvolvimento sustentável do Brasil.
No dia 31 de março de 2022, a Fundação comemora 55 anos de desenvolvimento, aplicação e disseminação de novos conhecimentos da Engenharia no cotidiano de pessoas, empresas, instituições e governos, contribuindo na resolução de problemas econômicos, ambientais, técnicos e sociais no Brasil e no exterior. Nesse contexto, só poderíamos comemorar seu aniversário oferecendo às pessoas o que a Fundação Vanzolini faz de melhor há mais de cinco décadas: Tecnologia de gestão para mudar o Brasil.
Durante a Rio+20, conferência das Nações Unidas realizada no Rio de Janeiro, em junho de 2012, os 193 Estados membros da organização discutiram o desenvolvimento sustentável, ou seja, uma forma de evoluir atendendo às necessidades da geração atual, sem comprometer a existência das gerações futuras.
Foi nessa ocasião que surgiram os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS, um plano de ação com 17 objetivos globais para serem cumpridos até o ano de 2030, a fim de que todos os países cresçam e cooperem nessa agenda de sustentabilidade.
“Garantir acesso à energia barata, confiável, sustentável e renovável para todos” é o objetivo número 7 da lista dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU).
Fonte: Nações Unidas Brasil
A temperatura média do planeta aumentou em torno de 0,5°C nos últimos 100 anos e estima-se que deva aumentar em 4°C até o final desse século.
A crise climática é um alerta para a necessidade de mudanças urgentes que precisam ser feitas não só na produção de energia, mas também na viabilização do seu acesso. Dessa forma, trata-se de um fator motivador para a transição energética.
Não é mais sustentável continuar consumindo recursos naturais na velocidade atual. Um novo modelo energético, limpo, seguro, eficiente e inteligente é essencial para o desenvolvimento social, humano, ambiental e econômico em nível mundial.
O setor energético mundial precisa, portanto, estar atento às novas tecnologias, ser eficiente e ter menor custo, permitindo um maior nível de inovação e progresso tecnológico, com inclusão social e respeito ao meio ambiente, respaldado por novos marcos legais e regulatórios.
Apesar de ainda contar com a presença de fontes poluentes, a matriz energética brasileira é considerada uma das mais renováveis dentre todas as grandes economias mundiais: o Brasil possui hoje 48% de fontes renováveis na sua matriz energética, enquanto que a média mundial é de 14%.
O processo de transição do Brasil para uma matriz mais limpa não é recente. Além das hidrelétricas, que há anos respondem pelo maior percentual de energia elétrica do país, outras soluções estão em desenvolvimento e ganhando força.
Na área da mobilidade, as iniciativas passam pelo etanol hidratado e anidro, que é adicionado à gasolina, biodiesel e diesel verde (HVO), produtos adicionados ao diesel fóssil, além de diversos projetos para eletrificação de frota. O RenovaBio, programa brasileiro que estimula a expansão de biocombustíveis, é considerado um exemplo mundial, sendo o maior programa de descarbonização nos transportes do mundo.
A redução de emissões proporcionada pelo uso de biodiesel contribui para que o Brasil atinja sua meta de redução de emissões nacionais de GEE (Gases Efeito Estufa) em 36,1% a 38,9% até 2020, compromisso voluntário firmado em 2009, durante a Conferência do Clima.
O Brasil também pode ser um exemplo global em iniciativa para substituição dos combustíveis fósseis por biocombustíveis. Divulgado em novembro do ano passado, em Copenhague, na Dinamarca, o 5º Relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU (IPCC, na sigla em inglês) alerta para a urgência de medidas globais para frear o aquecimento do planeta.
O documento elaborado com a participação de mais de 800 cientistas de 80 países indica que as nações precisam aumentar de 30% para 80% o uso de energias renováveis até 2050, para evitar que as mudanças climáticas se tornem irreversíveis, e zerar o uso de combustíveis fósseis — o principal motor da economia mundial — até 2100.
Fontes: Embrapa e Renovabio
Segundo o Dr. Leonam Guimarães, Presidente da Eletronuclear, “A energia nuclear continua a ser uma questão controversa para as políticas públicas sobre a energia e o ambiente devido a fatores ligados ao gerenciamento de rejeitos, às consequências de acidentes severos, à proliferação nuclear horizontal e à competitividade econômica.
As questões referentes às mudanças climáticas e à segurança de abastecimento de energia elétrica têm trazido uma nova lógica para o seu ressurgimento na agenda política internacional.
A energia nuclear, em termos dos objetivos de sustentabilidade, tem sido até agora, em grande medida, evitada, basicamente devido ao fato de muitos cientistas e tomadores de decisão política excluírem esta opção a priori por considerarem a questão nuclear fora de seu domínio de competência ou por se submeterem à influência da opinião pública.”